Durante a Guerra Civil espanhola, entre os anos 1936 e 1939, muitos frades da Ordem de Santo Agostinho e da Ordem dos Agostinianos Recoletos entregaram suas vidas em fidelidade a Cristo e à Igreja.
E entre estes, o primeiro grupo martirizado era composto por de sete frades Agostinianos Recoletos do Convento de Motril. Eles foram mortos entre os dias 25 de julho e 15 de agosto de 1936. São eles: o Prior geral, Vicente Soler, Deogracias Palacios, León Inchausti, Jesús Rada, Julián Moreno, Vicente Pinilla, além de José Ricardo Díez, irmão não-clérigo.
Os seis sacerdotes tinham exercido o ministério da evangelização nas ilhas Filipinas, no Brasil e na Argentina. Esses mártires nos deixaram um exemplo de vida consagrada em favor dos irmãos, de zelo missionário e de amor a Cristo no momento do martírio.
“Eles beberam a tal ponto da fonte do amor de Cristo, que por ela foram intimamente transformados e, por sua vez, se tornaram fontes transbordantes para a sede de muitos irmãos e irmãs, encontrados ao longo da estrada da vida”. Essas são palavras de São João Paulo II, na homilia de beatificação dos mártires, em 7 de março de 1999.
São João Paulo II ainda expressou sobre eles: “obtiveram mediante o testemunho heroico da sua fé o acesso à «glória dos filhos de Deus». Eles não morreram por uma ideologia, mas entregaram livremente a sua vida por Alguém que já antes morrera por eles. Deste modo, devolveram a Cristo o dom que d’Ele haviam recebido”.
Os Beatos Vicentes Soler e Companheiros eram homens simples, de paz, alheios ao debate político e trabalharam durante anos em territórios de missão. Passaram por muitos sofrimentos nas Filipinas, regaram com o seu suor os campos do Brasil, Argentina e Venezuela, fundaram obras sociais e educativas na Espanha.
E tendo chegado o momento do martírio, pela fé enfrentaram a morte com serenidade, confortando os outros condenados e perdoando os seus assassinos. Podemos nos perguntar, como isso é possível? E Santo Agostinho nos responde: “Porque Aquele que reina nos céus dirigia a mente e a língua dos seus mártires, e por meio deles vencia na terra” (Sermão 329, 1-2).
Esses beatos, não endureceram seus corações diante das provações, algo que comumente fazemos, mas eles procuraram escutar o Senhor e se deixar cumular pelo Seu amor transformador. Que possamos seguir seu exemplo!
Oração
“Deus todo-poderoso, que destes aos beatos Vicente Soler e Companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”