A Imaculada Conceição é um dogma da Igreja Católica que afirma que a Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, no ventre de Santa Ana, foi preservada por Deus da falta de graça santificante que aflige a humanidade, ou seja, a mancha do pecado original.

E a razão de Maria ter sido preservada do pecado original reside em sua vocação: ser a Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa natureza humana e veio a este mundo para nos salvar. Mas para que Maria pudesse ser a Mãe perfeita do Salvador, Ela precisava estar livre de todo pecado, inclusive do pecado original.

A Igreja Católica fundamenta a doutrina da Imaculada Conceição na Sagrada Escritura, na Tradição e na razão.

Na Palavra de Deus, encontramos vários textos que apontam para a santidade de Maria. No livro do Gênesis, por exemplo, lemos que Deus abençoou Eva, dizendo: “Eu multiplicarei grandemente os teus sofrimentos na gravidez; com sofrimento darás à luz filhos. O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3,16). Este texto pode ser interpretado como uma promessa de que, uma mulher, no futuro, seria livre do domínio do pecado.

E uma das provas da Imaculada Conceição de Maria está na saudação do Anjo Gabriel. São Lucas, ao registrar que a Maria é “cheia de graça” utiliza a palavra grega “charitoo”, que é utilizada na Sagrada Escritura para designar a Graça no sentido pleno ou em toda sua plenitude. Por esta razão, São Jerônimo, o maior especialista cristão nas línguas sagradas, no século IV, ao traduzir as Escrituras para o latim (versão conhecida como Vulgata), traduziu a expressão grega como “gratia plena“, que em português seria “graça plena”.

A razão também nos ajuda a compreender a doutrina da Imaculada Conceição. Se Jesus Cristo é o Salvador de todos os homens, então ele deve ter escolhido uma Mãe que estivesse livre do pecado. Só assim, Ela poderia ser a colaboradora perfeita de sua obra de salvação.

Quem proclamou o dogma da Imaculada Conceição?

O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, em 1854, na bula Ineffabilis Deus. O dogma afirma que:

“A Imaculada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, por singular privilégio e graça de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original”. E o próprio Pio IX declarou: “A Imaculada Conceição de Maria é um dogma de fé que deve ser aceito por todos os católicos.”

Logo, a proclamação do dogma da Imaculada Conceição foi um momento de grande alegria para a Igreja Católica. O dogma é um reconhecimento da santidade de Maria e de sua importância na história da salvação.

Mas antes mesmo da proclamação deste dogma, a Igreja Católica já celebrava o dia da Imaculada Conceição, devido a um decreto do Papa Sisto IV, em 28 de fevereiro de 1477.

Atualmente a solenidade da Imaculada Conceição de Maria é celebrada em 8 de dezembro, e é uma festa de guarda em toda a Igreja Católica.

O que dizem os Santos sobre a Imaculada Conceição?

Na Tradição da Igreja, encontramos muitos exemplos de santos e santas que professavam a fé na Imaculada Conceição.

A Santa Bernadette Soubirous, em 1858, Nossa Senhora apareceu em Lourdes, na França, dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição.”

Antes disso, em duas aparições, Nossa Senhora confirmou que foi isenta do pecado original desde a sua concepção. Uma delas foi no ano de 1830, quando pediu para Santa Catarina Labouré cunhar uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Santo Anselmo dizia: “Ó mulher cheia e mais que cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz renascer toda criatura! Ò Virgem bendita e mais que bendita, pela tua bênção é abençoada toda a natureza, não só as coisas criadas pelo Criador, mas também o Criador pela criatura!”

 São Germano de Constantinopla: “Tu, está escrito, surges com beleza (Sl 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus”.

 Santo André de Creta: “Não seria conveniente que uma virgem puríssima e sem mácula se pusesse ao serviço deste plano misterioso? E onde encontrar essa virgem senão nesta mulher única entre todas, eleita pelo criador do universo antes de todas as gerações?”… “Sim, Ela é a Mãe de Deus, Maria de nome divino, cujo seio deu à luz o Deus encarnado, que Se havia preparado de modo sobrenatural para ser um templo”.

 São Pio rezava: “Imaculada Conceição, purifique meu coração para que eu possa melhor amar a Deus!”

 Papa Pio II: “Foi ela, a Imaculada, isenta de toda a mancha original ou atual, e sempre intimamente unida com seu Filho, que, como outra Eva, juntamente com o holocausto dos seus direitos maternos e do seu materno amor, o ofereceu no Gólgota ao Eterno Pai por todos os filhos de Adão, manchados pela sua queda miseranda…”

São João Paulo II: “Deus fê-la primeira herdeira da santidade do próprio Filho. Primeira entre os remidos pelo Seu sangue, d’Ela recebido humanamente falando. Tornou-a imaculada no momento mesmo da conceição”… “Preservada de toda a mancha de culpa, Tu és para nós, peregrinos nos caminhos do mundo, modelo luminoso de coerência evangélica e penhor valiosíssimo de esperança segura”.

 

Enfim…

 O Papa Francisco nos diz:  “Na concepção imaculada de Maria somos convidados a reconhecer a aurora do novo mundo, transformado pela obra salvífica do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

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