O Senhor realizou coisas extraordinárias na vida de Santa Clara da Cruz. Ela teve uma experiência mística muito pessoal e muito profunda devido à sua entrega total a Jesus. Vamos conhecer seu testemunho de vida? É emocionante!

 

Oração e sacrifício desde a infância

Santa Clara da Cruz nasceu em Montefalco (Itália), em 1268, em uma família muito cristã. O exemplo que tinha dentro de casa, dos seus pais, despertou nela uma grande devoção a Jesus Cristo e à sua Mãe Maria Santíssima.

Desde os 4 anos de idade, Clara já demonstrava uma grande inclinação para a contemplação e passava horas em oração. Com apenas 6 anos, a pequena Clara decidiu seguir os passos de sua irmã Joana, que havia se retirado para viver em clausura, totalmente entregue à oração e penitências.

 O eremitério, que havia sido construído por seu próprio pai, em uma propriedade da família, recebeu aprovação das autoridades eclesiásticas em 1274 e com isso a permissão para receber mais religiosas.

 A primeira candidata foi a pequena Clara. E se antes ela já se entregava à oração com entusiasmo, agora, no eremitério, passou a fazer isso com muito mais intensidade. A pequena Clara adotou completamente uma vida de sacrifícios e mortificações, que ela compreendia como sendo o caminho para viver em conformidade com a Paixão de Cristo.

 

Um testemunho que arrasta

 O exemplo de Clara despertou em outras jovens o desejo de seguir pelo mesmo caminho, e assim o número de religiosas aumentou rapidamente no pequeno claustro. Joana resolveu ampliar o local e, então, com a ajuda do pai, em 1290, obteve a permissão do Bispo de Espoleto, Dom Gerardo Artesino, para transformá-lo em mosteiro, que passou a se chamar “Mosteiro da Cruz”. E às religiosas foi imposta a observância da Regra de Santo Agostinho.

 Neste mesmo ano, Clara emitiu sua profissão religiosa em um mosteiro Agostiniano e assumiu o nome Clara da Cruz.

No ano seguinte, Joana, sua irmã, faleceu e Clara assumiu o seu posto de abadessa (superiora) no Mosteiro. Ela não se achava digna do cargo, mas acabou aceitando esta missão.

 

Um novo vigor às agostinianas do Mosteiro da Cruz

 Clara da Cruz, que nesta altura estava com 23 anos, deu um novo vigor ao Mosteiro, reorganizando a vida comunitária, propondo o trabalho manual às monges, mas deixou às que queriam se dedicar mais à oração, a liberdade de escolha.

Como abadessa, Clara da Cruz ensinava a todas elas sobre a necessidade da renúncia e do esforço pessoal para avançar na vida espiritual. Cuidou de todas com amor, instruindo-as e corrigindo-as conforme a necessidade pessoal de cada uma.

Das grades do mosteiro se aproximavam muitos pobres e necessitados, e a eles Santa Clara da Cruz sempre ajudou prontamente, dando-lhe algo para comer e uma palavra de conforto. Também para os sacerdotes ela foi uma conselheira sábia. Tinha o dom de ler os corações e de prever acontecimentos.

Contudo, quem conviveu com ela, vendo nela tantos dons e o agir de Deus, jamais percebeu que ela passou por uma dura provação, uma aridez espiritual que a acompanhou por mais de 10 anos.

 

Um evento extraordinário em sua vida

Certo dia, em 1294, Clara da Cruz caminhava pelo jardim do Mosteiro e foi surpreendida pela presença de Jesus como um peregrino, sofredor, com Sua cruz. Ele falou-lhe: “Procuro um lugar sólido, onde possa plantar a cruz; e vejo aqui o lugar apropriado para plantá-la”.

Cristo estava falando do coração de Clara, que, depois deste evento, passou a repetir: “O meu Jesus está dentro do meu coração”.

Além disso, Jesus entregou a ela um bastão que ela plantou no jardim e se tornou uma árvore vistosa até os dias atuais. Ficou conhecida como a “árvore de Santa Clara da Cruz”.

Trata-se de uma árvore da espécie “Melia Azedarach” (cinamomo). Desta árvore são retirados bagos lenhosos usados, há séculos, para fazer rosários e terços.

 

O caminho em direção a Deus

A partir de 1308, Clara da Cruz ficou completamente acamada, devido a uma doença que a acompanhava há 8 anos. Então ela passava seus dias totalmente entregues à oração e vivenciou êxtases em profunda contemplação.

Ainda doente, orientava as monjas a viverem em espírito de humildade e obediência, a terem paciência umas com as outras e estarem sempre unidas na caridade.

No dia 17 de agosto daquele ano, Clara pediu que a levassem até a igreja que havia sido construída no mosteiro sob os seus cuidados. E foi nesta igreja, logo ao passar pela porta, que ela entregou sua alma para Deus.

 

A marca da cruz

Por terem conhecimento de sua santidade, as monjas decidiram conservar o corpo de Santa Clara da Cruz. Então seus órgãos foram extraídos e, para a surpresa de todos, em seu coração foram encontrados os sinais da Paixão de Cristo.

Berengário de Donadio de Santo Africano, que escreveu a biografia de Clara, narrou: “Havia… dentro do coração… em forma de nervos rígidos de carne, de um lado, a cruz, três cravos, a esponja e a cana; do outro, o pilar, o chicote… e a coroa. No saco de fel… havia três pedras redondas, todas iguais, que, provavelmente, representavam a Trindade”.

Muitos milagres foram documentados pela intercessão de Santa Clara, pois sua fama de santidade se espalhou rapidamente e assim as pessoas suplicavam o seu auxílio espiritual.

Seu corpo incorrupto encontra-se na igreja de Montefalco, ao lado do mosteiro agostiniano. Santa Clara da Cruz foi canonizada no dia 8 de dezembro de 1881.

Santa Clara da Cruz, rogai por nós!

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