Santa Mônica é mãe de Santo Agostinho, e foi ele mesmo que narrou o seu testemunho de vida, em um dos seus livros, “Confissões”. Ele diz de sua mãe que ela foi uma mulher bela e simples, submissa a Deus e a seu marido; mãe amorosa (cf. Confissões IX, IX, 19). 

Vamos juntos desvendar o seu testemunho de vida!

Uma vida turbulenta

 Santa Mônica nasceu em Tagaste, ao norte da África, no ano 331, em uma família profundamente cristã, de quem aprendeu a amar a Deus sobre todas as coisas. Desde criança ela foi muito religiosa e disciplinada, tinha um comportamento manso e humilde, e sempre que podia, ajudava os mais pobres.

Na juventude, casou-se com um nobre chamado Patrício, um bom homem, porém de comportamento rude e violento, além de ser pagão. E o comportamento do marido, que era carinhoso, porém, extremamente colérico, foi o principal motivo de sua vida se tornar turbulenta e sofrida. Contudo, ela sempre buscou ajudá-lo a moderar suas ações e rezou muito pela sua conversão.

 Com ele, além de Santo Agostinho, Mônica teve mais dois filhos. Foi uma esposa amável e com suas orações alcançou a graça da conversão do esposo que, no leito de morte, pediu para receber o batismo.

 A mulher das lágrimas

 Depois que ficou viúva, o sofrimento de Mônica se deu devido as desventuras de Agostinho, que era totalmente cético às coisas de Deus. Por ele, Santa Mônica rezou e chorou muito, suplicando a Deus a sua conversão.

 Ela procurava estar sempre por perto desse filho a quem tanto amava, seguiu-o nas várias peregrinações que fez à Itália, sempre buscando o seu encontro com Deus.

 Certa vez, ela entrou em uma das igrejas de Cartago, para falar com o bispo. Desejava expor a ele a sua angústia por ter um filho que não aceita a fé cristã. Enquanto conversava com o bispo, muitas lágrimas corriam pela sua face.

Este sábio ancião, inspirado por Deus, disse a ela: “Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas.” (Confissões III 12).

Foram diversas as vezes que Santo Agostinho narrou em seus livros a respeito das lágrimas de sua mãe. Certa vez, ele anotou: “Tuas mãos, meu Deus, no segredo de tua providência, não abandonavam minha alma; e minha mãe, dia e noite, não deixava de te oferecer em sacrifício por mim o sangue de seu coração, na forma de suas lágrimas” (Confissões V 7).

E as lágrimas dessa mãe, unidas às suas preces, não foram por Deus ignoradas. Depois de 30 anos de sofrimento, Santa Mônica foi agraciada com o batismo de seu filho e sua conversão ao catolicismo.

O seu anseio pelo Céu

Próximo de sua morte, Santa Mônica teve uma conversa com Santo Agostinho que o marcou profundamente, a ponto de ele relatar no seu livro. Segundo ele, os dois estavam apoiados em uma janela, cuja vista dava para o jardim interno da casa. Conversavam a respeito de coisas de infinita doçura, esquecendo as coisas passadas e projetando-se para as que viriam. Além disso, procuravam juntos analisar a vida do paraíso que ambos ansiavam (Cf. Confissões IX, XI, 23-25).

Logo, Santa Mônica disse a seu filho: “Meu filho, quanto a mim não existe nada que me atraia, nesta vida. Nem sei mesmo o que estou fazendo aqui, e por que ainda existo. Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco: ver-te cristão antes de morrer. Deus me concedeu algo mais e melhor: ver-te desprezar as alegrias terrenas e só a ele servir. O que faço ainda aqui?” (cf. Confissões IX, XI, 26).

 E não demorou para que o seu desejo pelo Céu fosse saciado por Deus. Santa Mônica faleceu no ano 387, aos 56 anos, manifestando o seu último desejo de que rezassem por ela “diante do altar do Senhor” (Confissões IX 11).

O seu corpo foi encontrado em 1430 e o Papa Martinho V ordenou que fosse transportado para Roma, onde foi depositado na igreja de Santo Agostinho.

 Ela foi canonizada pelo Papa Alexandre lll e sua memória litúrgica é celebrada em 27 de agosto.

 

Santa Mônica, rogai nós para que saibamos transformar nossas lágrimas em oração.

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