Desde o ventre materno, São Nicolau de Tolentino estava destinado à vida religiosa. Seus pais, casados há muitos anos, não conseguiam ter filhos. Então sua mãe, muito devota de São Nicolau de Mira, fez uma promessa a esse santo: entregaria o filho ou filha que tivesse para a vida religiosa, e suplicou sua intercessão para alcançar esta graça.

 E o santo a ajudou. Em 1245, nasceu um menino e deram-lhe o nome de Nicolau, em homenagem ao santo que lhes ajudou a alcançar o milagre. E desde pequeno Nicolau fugia das diversões de criança, suas preocupações eram as orações e o jejum, mas não por imposição de sua mãe, e sim por vontade própria. Ele também demonstrava um grande amor e compaixão pelos pobres. E sua fé, amor e devoção à Nossa Senhora e a Jesus Cristo eram bem evidentes.

Quando chegou aos 14 anos, ele tomou uma decisão importante. Por vontade própria, ele foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Quando alcançou a maturidade, então ingressou definitivamente na Ordem e em 1274 foi ordenado sacerdote.

 

A vida religiosa

 Como sacerdote, São Nicolau de Tolentino tinha carisma e dons especiais. Suas homilias eram sempre alegres, motivadoras e consoladoras. Todos se encantavam com as suas palavras.

Tinha um modo simples e humilde de viver e praticar a fé, e se entregava com intensidade à oração e a penitências. Comia pouco e costumava jejuar, passando a pão e água, todas as segundas, quartas, sextas-feiras e sábados em honra a Maria Santíssima.

Também se dedicava muito a visitar os doentes e os encarcerados, e levava ajuda aos pobres, sempre com um sorriso no rosto. Muitas vezes distribuiu aos pobres os pães destinados aos religiosos. Certa vez, o superior o flagrou fazendo isso e perguntou a ele o que estava levando na toalha escondida sob seu manto. Nicolau disse que eram flores, e de fato, por um evento milagroso, quando ele mostrou, os pedaços de pão que levava haviam se transformado em belíssimas rosas. Era o mês de dezembro, portanto inverno rigoroso e não era tempo de rosas.

Com seu exemplo, também os fiéis passaram a praticar penitência e visitar e cuidar desses irmãos mais pobres que são esquecidos pela sociedade. E a grande alegria de Nicolau de Tolentino era justamente essa mobilização dos seus paroquianos para levar ajuda e o consolo da Palavra de Deus a quem dela precisava.

Devido a sua intensa vida de penitências, por diversas vezes Nicolau ficou doente. Certa vez, estando muito mal, ele recebeu a visita de Nossa Senhora, acompanhada de Santo Agostinho e Santa Mônica. Nossa Senhora pediu que ele fizesse o sinal da cruz abençoando um pedaço de pão molhado em água e o comesse. Obediente, ele recebeu a cura de sua enfermidade. Desse gesto nasceu o costume de abençoar pães em honra de São Nicolau, no dia de sua memória litúrgica, destinados a devolver a força aos enfraquecidos pela doença.

Porém, em 1275, com a saúde muito debilitada, ele foi transferido para o Convento de Tolentino. Então passou a dedicar-se com empenho ao Sacramento da Penitência, passando horas atendendo a confissão dos fiéis.

Logo ganhou fama entre as pessoas de ser um bom conselheiro. E sua santidade também era notória.

 

A vida eterna

São Nicolau de Tolentino faleceu em 10 de setembro de 1305. Suas últimas palavras foram as mesmas de Cristo na cruz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23, 46).

Ele foi sepultado na capela do Convento de Tolentino, onde seu corpo permanece incorrupto até os dias atuais. Sua sepultura tornou-se local de peregrinações e foram muitos os milagres atribuídos a ele.

De fato, 301 milagres foram registrados como autênticos nos 371 testemunhos coletados durante o seu processo de canonização.

Nicolau de Tolentino foi canonizado, ou seja, reconhecido santo, em 1446, Papa Eugênio IV, que dele falou: “Não houve Santo desde o tempo dos Apóstolos que superasse a São Nicolau de Tolentino em número e grandeza de milagres”.

Peçamos hoje a ajuda de São Nicolau de Tolentino para alcançarmos as graças que necessitamos.

 

São Nicolau de Tolentino, rogai por nós!

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