São Tomás de Vilanova foi um cristão caridoso desde criança. Com frequência, dava aos pobres as roupas que vestia, e voltava para casa nu. Seus pais possuíam uma rica fazenda, o que facilitava as obras de caridade de Tomás. Vamos conhecê-lo melhor!

Da infância à vida religiosa

 São Tomás de Vilanova nasceu em 1486, em Fuenllana, na Espanha, e foi considerado uma das pessoas mais importantes e representativas do seu século.

Ele estudou Artes e Teologia na Universidade de Alcalá, e ingressou na vida religiosa na Ordem dos Agostinhos de Salamanca, em 1516. Professou os votos religiosos em 1517 e, um ano depois, foi ordenado sacerdote. Ocupou os cargos de superior da Ordem, até 1544, visitante geral e pároco provincial de Andaluzia e Castela. Ele também foi professor universitário, além de conselheiro e confessor de Carlos V de Espanha.

Sua vida de oração era tão intensa que ele começou a ter êxtases místicos na Missa e quando rezava os salmos.

Teve grande fama de austeridade pessoal e despojamento. Chegou a vender o lugar onde morava para dar o dinheiro aos pobres. Ajudava os órfãos, as jovens pobres e sem dote e os doentes. Contudo, não apenas dava esmolas, mas procurava solucionar estrutural e definitivamente a pobreza dando trabalho aos pobres. E sobre isso, ele dizia: “A esmola não é apenas dar, senão tirar a necessidade de que se padece e livrar dela quando for possível”.

Como provincial da Ordem, em 1533 São Tomás de Vilanova enviou os primeiros missionários agostinhos ao México.

 

Arcebispo de Valência

Inicialmente, o imperador Carlos V lhe ofereceu o cargo de arcebispo de Granada, mas Tomás não aceitou. Contudo, em 10 de outubro de 1544, por erro de um escrivão, ele foi nomeado bispo de Valência, o que ele se recusava a aceitar, mas por ordem do seu superior acabou aceitando. E o seu ingresso no bispado deu-se no dia 1º de janeiro de 1545.

Neste lugar, auxiliado por seu bispo auxiliar, Juan Segriá, São Tomás de Vilanova colocou ordem em uma diocese que havia um século não tinha um governo pastoral direto. Ele baseou todo seu trabalho, como bispo, nos ensinamentos de São Paulo e nos exemplos de grandes bispos da antiguidade cristã, entre eles Santo Agostinho, Santo Ambrósio e São Gregório Magno.

Organizou um colégio especial para os mouriscos (espanhóis muçulmanos batizados). E a sua maior obra foi estabelecer um plano eficaz de assistência e auxílio especial de caridade. Criou, no palácio episcopal, um orfanato para as crianças abandonadas, dando-lhes abrigo, cuidados e o carinho que tanto necessitavam. Acolhia de tal forma essas crianças que um dia chegou a ceder sua própria cama, pois não havia mais lugar para abrigá-las.

Teve grande fama de pregador, falando a todos de forma modesta e simples. Diziam dele: “Este monsenhor comove até as pedras.” Compôs belos sermões, dentre os quais se destaca o Sermão do Amor de Deus, uma das grandes manifestações da oratória sacra do seu século. Foi ainda autor de vários livros, dentre eles o Solilóquio entre Deus e a Alma, em torno da comunhão.

Teve também uma grande devoção pela Virgem Maria, cujo coração comparou à sarça ardente que nunca se consumia.

 

A vida eterna

São Tomás de Vilanova faleceu em 1555, aos sessenta e seis anos de idade. Foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1 de novembro de 1658; e sua festa litúrgica é celebrada em 10 de outubro.

Ele é o santo patrono da prestigiada Universidade de Villanueva, em Pennsylvania, nos Estados Unidos, estabelecida pelos Agostinhos em 1842; e ainda da Universidade de São Tomás de Villanueva em Havana, Cuba, que foi fechada pelo governo cubano em 1961, após a expulsão dos Agostinhos que eram considerados inimigos da revolução, por causa de suas queixas frequentes contra o governo. Os Agostinhos exilados fundaram a St. Thomas University, em Miami Gardens, na Flórida (EUA), no mesmo ano.

Além destas universidades, São Tomás é ainda patrono de Ciudad Real, na Espanha.

 

São Tomás de Vilanova, rogai por nós!

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